Após a reunião, passei em um shopping próximo para cumprimentar um amigo e ver o negócio dele. O rapaz tem um excelente quiosque na praça de alimentação, o atendimento é excelente, a logomarca ficou linda, o café é de primeira.
Antes que tudo fosse flores na vida de um empresário, bem aventurados sejam aqueles que amam essa vida. Já dizia o poeta
” Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Nos EUA, um estranho fenômeno ocorre contrariando as expectativas de mercado. A previsão é de que até 2023 fechem mais de 3 mil shoppings centers, isso é desde 2017 1,83 shoppings por dia.
O fenômeno ocorre por diversos motivos, principalmente por ser nos EUA:
* Primeiro que o custo operacional de lojas em shoppings tem um elevado peso no custo fixo dos comércios.
* A internet, mais precisamente os e-commerces estão competindo com os comércios de forma legalmente desleal. Os custos operacionais das lojas virtuais dispensa estoques, funcionários, marketing clássico, gestão de pessoas o que desonera uma elevada carga tributária e obrigações fiscais.
* A praticidade de se comprar em casa, a transparência de informações dos produtos que a maioria dos vendedores não sabem informar, sem gastos com deslocamento, a garantia de ressarcimento pelas empresas de operações financeiras virtuais como a Paypal, Mercado Pago, Pague Seguro, PicPay, Moip, etc…
Motivos como esses são os responsáveis por fazer com que as pessoas não saiam de casa para comprar, logo não consomem paralelamente em Burguer Kings e fliperamas.
Além disso, os fatores econômicos macro que afetam os consumidores: Alta do juros, aumento do desemprego, instabilidade econômica, balança comercial, cambio, investimentos estrangeiros, impostos, deficit publico, e por aí vai.
Em um país que tem enraizado o capitalismo culturalmente, o consumismo atingiu seu ápice e agora se converteu em consumo consciente. É o que acontece com o caso da economia compartilhada como o Uber, a necessidade de se ter carro diminui, há um certo impacto direto no setor automobilístico o que reflete diretamente na economia.
Com esse raciocínio, é natural que os mercados evoluam para novos formatos de comercio assim como ocorreu com as bolsas de valores em pits de negociações onde traders berravam em telefones jogando papeis no chão para os runners pegarem e levarem para a mesa de operação registrar na pedra os preços das ações e demais ativos.
A expectativa para o Brasil é que ainda sobrevivam shoppings, mas não como antigamente, os comércios vão ter que se adaptar com a velocidade da concorrência externa e absorver a cultura de negócios do primeiro mundo. A internet vai providenciar essa necessidade forçando os agentes a se adaptarem ou ficarem de fora do mercado.
O negócio é que todo mundo que quer sobrevier, vai ter que entrar com bazuca em briga de faca. Continuar dando tapas com luvas de pelica em quem está tomando esteroides até para jogar peteca não funciona mais.
Você abre uma pastelaria hoje, 48 horas depois abrem duas na frente da sua, uma ao seu lado e mais cinco na mesma quadra e todas quebram ao mesmo tempo por causa do desespero em obter dinheiro em época de vender lenços.