No mundo dos negócios internacionais, há que saber agir certo na hora certa. Para obter sucesso em um ambiente cada vez mais complexo e globalizado, é importante avaliar cuidadosamente o cenário global e compreender suas variações. Isso deve ser feito com o mesmo rigor de um cientista experimental em seu laboratório, pois a competição acirrada não deixa margem para erros. Não basta, portanto, acompanhar as notícias e ser uma pessoa razoavelmente informada. O planejamento estratégico para entrar nos processos internacionais de negócios requer uma abordagem científica.
Riscos

Para começar, há vários tipos de riscos que precisam ser devidamente avaliados e quantificados: temos, por exemplo, o risco econômico, o risco financeiro, o risco político e o risco geopolítico. O risco econômico diz respeito às atividades da empresa nos diversos mercados em que opera ou pretende operar. É necessário levar em conta a evolução tecnológica, a sazonalidade dos mercados, as características da concorrência, as variações do quadro macroeconômico e assim por diante. Já o risco financeiro compreende a capacidade da empresa em honrar seus compromissos financeiros. Relaciona-se ao nível de endividamento da empresa, à qualidade de sua administração financeira, à incerteza das operações no mercado e às informações que orientam as decisões de investimentos, entre outros fatores.
Riscos políticos e geopolíticos, que decorrem das decisões de líderes políticos, de movimentos sociais e das interações estratégicas entre diversos países afetam diretamente os mercados, porém costumam ser negligenciados ou tratados de maneira insatisfatória. Isso já é um erro para quem trabalha apenas no mercado doméstico, e é um erro maior ainda quando se pretende operar no ambiente internacional. É verdade que as variáveis políticas são mais complexas, o que dificulta sua modelagem matemática e seu tratamento quantitativo. Porém isso não é desculpa se o objetivo é sobreviver e lucrar no mercado. Muitos acreditam que a instabilidade política não é “quantificável” e deixam para lá. Outros dizem que o alto grau de subjetividade das variáveis políticas impossibilita a mensuração do risco. Afinal de contas, como lidar cientificamente com aspectos culturais, institucionais e ideológicos, por exemplo? Como mensurar distribuições de poder, tensões entre Estados nacionais e graus de nacionalismo?
Abordagem Científica

O fato é que, por mais difícil que possa parecer, variáveis políticas e geopolíticas podem ser modeladas matematicamente e tratadas usando técnicas de análise numérica e ferramentas computacionais. É claro que ajuda muito ter um pé nas Exatas e outro nas Humanas. Em meu dia a dia, assumo que líderes políticos buscam maximizar sua sobrevivência política e que agentes sociais são entidades biológicas que respondem a incentivos e a estímulos. Não é necessário complicar mais do que isso, a “psicologia” e os aspectos “emocionais” dos seres humanos são apenas detalhes, o que importa é o comportamento estratégico – que está presente tanto no empreendedor que deseja maximizar lucros quanto em qualquer animal que precisa gerenciar seus recursos energéticos para sobreviver na selva ou nas pradarias.
Receita Para o Sucesso
A compreensão adequada de como os riscos políticos e geopolíticos impactam no ambiente internacional de negócios é condição necessária para o sucesso empresarial. Implementar estratégias de diversificação, monitorar aspectos políticos e avaliar a realidade histórica de cada país ou região antes de investir são práticas que ajudam na gestão de riscos e na tomada de decisões. Entretanto, se essa gestão não for realizada de maneira profissional e rigorosa, a empresa se torna vulnerável à infinidade de eventos que ocorrem no cenário internacional.